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Toda vez que me dizes e te escuto

Toda vez que me dizes e te escuto
Reynaldo Valinho Alvarez


Toda vez que me dizes e te escuto
que vermes te comeram as entranhas,
que em teu ventre as formigas e as aranhas
prosseguem seu trabalho ininterrupto,
não sei se te deploro, deslumbrada
ante ferrões, mandíbulas e antenas.
As coisas que lamentas, as carcaças
onde fervem os vermes e as gangrenas,
são testemunhos dessa mesma vida
que é tão luxuriante e cega e intensa
que a cada morte mais se multiplica.
E assim, se percebemos, somos ricos:
seus pequenos mistérios – tão imensos,
nossas grandes tristezas – tão pequenas!


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