Vestígios - poemas escolhidos > A construção do rosto

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Tabuleta em grego, na estrada

E vamos decifrando essa escritura,
a fronte curva
sobre os caracteres antigos.
Que música, que aroma
nos servirão de guia
por esses pastos e paisagens
repletos de anjos e de setas?

Há que ser fiel às letras,
aos caracteres antigos.
Que mão experiente e secreta,
do alto, segurará a nossa
para o lento aprendizado?
Que pastor e que cajado
irão reunir entre os dedos
internas ovelhas
espavoridas?
Quem levantará as nuvens
que cobrem o sol e a fronte?
Que faro, que luz
perfurarão a estrada?
Passo a passo,
caminhamos entre pedras,
com cuidado, decifrando
a escritura desdobrada
para além dos nossos olhos,
para aquém do nosso rosto.


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