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Amendoeira (Tarde)

Olhei para o alto,
para a copa da amendoeira,
e era o salão de um castelo,
era um festim pagão.
Catedral de folhas, templo
onde se anunciam manhãs e tardes,
onde se celebram maios e setembros.
E janeiros inchados de insetos.
Abóbada verde, arcada,
onde se consuma o tempo.
Olhei para o alto,
para a copa da amendoeira
palpitante de pássaros e cigarras
e entre as folhas esmaltadas
escutei o passar do vento.
E nunca terei pecado
porque de novo nasci.


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