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Nautilus pompilius

Coisa do mar que vens, caramujo,
fonte do vento das ideias,
trilha sonora das águas,
arabesco aéreo nos meus ouvidos,
desenho de pensamento.
Carne que, velada em manto,
um dia chorou a concha – olho d’água,
carne que, ida,
deixou impressa no espaço
a sua forma viva,
carimbo de matéria no vazio
cantando canções mortas.
O mel que hoje escorres
é o tempo de dentro,
o do sonho e do segredo.
Mas quando te encosto à face,
não serás tu que sorves,
na concha do meu ouvido,
o barulho da alma pensando?
O marulho da alma
brincando de pensar este poema?


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