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Móvel antigo

O musgo pelos espelhos
das penteadeiras antigas,
retalhos de luz e sombra
no silêncio das pupilas.

O quarto todo em penumbra
tarde oblíqua – calmaria.
O vento dentro do espelho,
o tempo se acumulando
nos desvãos de escadarias.

Os líquens pelos cabelos,
o tempo dentro do espelho
de uma penteadeira antiga,
os filhos sempre pequenos,
a noiva, longe, acenando
nos degraus da ventania.

O espelho fala em surdina,
sussurra, boceja e cala.
E, semicerrando os olhos,
em veludo acaricia
os meus cabelos grisalhos.


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