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Tempo

Vê-se a morte. Os relógios calam.
Um pêssego apodreceu no aparador.
O tempo põe manhãs nos dias, flores em cada primavera,
o que se vê é a morte.
E flores roxas como gritos,
insônias e febres.
A criança constrói de espanto balbucio e olhar,
constrói de leite pétalas internas.
Os relógios calam.
A vida nos vive, garganta aberta.
E a luz que pousa sobre a lua
vai perseguida por um véu de sombra
– caçada.
O tempo põe manhãs nos dias, flores em cada primavera.
Um pêssego apodreceu no aparador.
O que se vê é a morte. Os relógios calam.


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