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Sou sempre o fio dágua que escorrendo
Sou sempre o fio dágua que escorrendo,
escoa sem sentido devagar,
sou sempre a mesma vida se perdendo
em não ser – sempre o ser a me escapar.
Saudades de algum ontem que não foi,
projetando no amanhã o seu querer,
sempre esse sol já no horizonte posto
antes que o dia chegue a amanhecer.
Sou sempre antes da vida, a morte vinda,
o gosto da chegada de um prazer,
já antes de provado, coisa finda,
aborto de si mesmo antes de ser.