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Memórias

Em deslembradas penumbras
fui navio naufragado
e agora as coisas de tudo
vêm dar às praias do nada.

O mais que tenho vivido
é letra escrita na areia
sujeita a dois inimigos:
um vento vindo de longe
e a espuma da maré cheia.

O S.O.S. mandado
por ninguém foi recebido.   
Navegante navegada,
de manhã cedo perdida,
passo penando na tarde,
de rumo e porto esquecida.

O mais que tenho sonhado
o tempo afoga na bruma.
De sombras fiz meus amigos,
das sombras dos meus vestidos
que troco a cada minuto.

O  perfil do meu navio
é uma saudade ao relento;
anéis, vestidos, meu nome –
cinza solta aos quatro ventos.


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